Agenda
34ª RBA – Reunião Brasileira de Antropologia
Territórios vivos, corpos plurais. Antropologia e saberes críticos
Territórios vivos, corpos plurais. Antropologia e saberes críticos será o tema da 34ª edição. Ele alude às diferentes lutas sociais e resistências em defesa da vida, dos territórios e dos corpos plurais diante dos contextos de crise e violências vividos e observados no Brasil e no mundo, na contemporaneidade.
Trata-se da primeira RBA totalmente presencial após um intervalo de seis anos, durante o qual vivemos diferentes modalidades de crise, incluindo a pandemia de Covid-19 e as ameaças à democracia, à ciência, à educação, às instituições, ao meio ambiente e à cultura de maneira ampla. Um clima disseminado de ódio alimentou o incremento do racismo, do feminicídio, do ecocídio, da LGBTQIA+fobia, entre outros processos violentos de ataque à vida, à diferença e à pluralidade das formas de existência. Esse contexto exige o olhar atento e qualificado, a balizar as agendas de pesquisas científicas, mas também na defesa incondicional da vida, de corporalidades e territorialidades específicas, pulsantes e plurais, que demandam o efetivo reconhecimento de diferentes formas de ser, estar e devir no mundo contemporâneo.
Nesse sentido, a Antropologia oferece ferramentas especialmente fecundas para a compreensão dos processos disruptivos e fragmentadores que alimentam as crises atuais, contribuindo igualmente para o processo de construção de pontes que alarguem o horizonte da convivialidade, sobretudo aquelas construídas em diálogo com outras formas de conhecimentos e saberes, acadêmicos e não acadêmicos. Tal abordagem se faz urgente e necessária em um panorama mundial de emergências climáticas, guardando especial relevância para o Brasil, neste momento em que novos ventos sopram esperança no horizonte político do país.
A 34ª RBA convida, ainda, a refletir sobre o descaso com a ciência e as universidades públicas, bem como sobre a fragilização dos instrumentos de participação social, ocorridos nos últimos anos. Incentiva, pois, análises sobre as diferentes formas de luta e de resistência neste cenário, relevantes para a reconstrução democrática, a reconquista de direitos e a imaginação de futuros plurais.