Acervo
Warmipangui Kichwa canelos (Amazonía ecuatoriana): memoria, afectividad, cuerpo y persona
Dados da Obra
Orientando: Enoc Moisés Merino Santi
Ano de produção: 2022
Idioma Original: Espanhol
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Enoc Moisés Merino Santi. Warmipangui Kichwa canelos (Amazonía ecuatoriana): memoria, afectividad, cuerpo y persona. 2022. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Museu Nacional - UFRJ, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
A estreita relação que eu tenho com a natureza e visão do mundo indígena por pertencer à nacionalidade Kichwa Canelos da Amazônia equatoriana, levou-me a traçar um curso de estudos que me fornecem o conhecimento e as habilidades necessárias que me permita contribuir aos povos indígenas a construção de meios para atingir sua inserção no mundo de hoje fortalecendo nossa cultura. É assim que no ano de 2013, obtive um diploma de engenharia em turismo na Universidade Estadual Amazônica (UEA), na cidade de Puyo-Equador, porque vi nesta atividade uma forma viável de contribuir as comunidades indígenas para desenvolver harmoniosamente no cenário econômica global. Em 2017 obtive meu mestrado em Cartografia Social e Politica da Amazônia, no Programa de Pós-Graduação em Cartografia Social e Política da Amazônia (PPGCSPA) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) no Brasil, com meu trabalho " ALLPAMANDA, KAWSAYMANDA, JATARISHUN, ALLMPAMANDA MUSKUYKUNA TUPARISHKA "que se traduz " PELA TERRA, PELA VIDA ACORDEMOS, CONFRONTAÇÃO ENTRE VISÃO SOBRE O TERRITÓRIO", obtive o reconhecimento através da "PREMIO UEMA DE TÉSIS Y DISSERTAÇÕES 2016 "como o melhor trabalho de pesquisa e tésis outorgando pela Universidade nesse ano. Durante o período de estudo neste programa eu trabalhei na preparação de cátedra, suporte técnico e de conteúdo, a realização de debates e seminários, avaliação do aluno assistente, ajudei para o desenvolvimento de programa de aconselhamento da disciplina e orientação de estudantes no departamento de ciências sociais, 6º período no Universidade Estadual do Maranhão. Agosto-dezembro 2015. São Luís-MA, Brasil. Participei simultaneamente como professor convidado para ministrar a disciplina em História e Cultura Afro Brasileira, Africana e Indígena em a Universidade Federal do Maranhão, Núcleo de extensão e pesquisa com populações e Comunidades Rurais, Negras quilombolas e Indígenas- Curso de Extensão em Formação Continuada em Gênero e Educação para Relações Étnico Raciais. Julho do 2015. São Luís-MA, Brasil. Também complementei meus conhecimentos através da participação em conferências e seminários Antropológicos e Sociológicos tanto local e internacional. Essas experiências abriu meu palco para discutir, analisar e estruturar modelos desde diferentes perspectivas para lograr que os povos indígenas sejam incluídas dentro do lineamento de carácter social e política na projeção de um Estado inclusive, em um ambiente onde a maioria da atividade econômica é o extrativismo o qual causa problemas naturais, sociais e culturais irreversíveis mediante a utilização da "violência pacífica". No presente trabalho como professor convidado na Empresa Multiconsultoría, Aconselhamento e Treinamento (EMAA), na cidade de Quito-Equador, e eu estou envolvido em um projeto para desenvolver uma comunidade intercultural auto-sustentável com a projeção para tornar-se uma comunidade modelo no qual se resgate e se valore o conhecimento ancestral do manejo dos recursos naturais, regenerando e reproduzindo a flora e a fauna em perigo de extinção, agregando o valor à produção artesanal de alimentos, artesanatos e produtos medicinais, aplicando técnicas de produção,processo e manipulação local para obter os recursos necessários para a auto-suficiência da comunidade, a fim de preservar o meio ambiente onde está sendo desenvolvido. Atualmente, sou doutorando em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Meu campo de pesquisa está relacionado a Gênero e sexualidade focados na homossexualidade indígena.Com essa investigação, tento desconstruir o imaginário ocidental construído em torno da sexualidade indígena e visibilizar a relação afetiva que é construída entre dois sujeitos do mesmo sexo.
Resumo
Mergulhei na comunidade Pakayaku, para tratar nesta tese de um assunto pouco discutido na academia: as relações sociais warmipangui, termo pelo qual são conhecidas as pessoas que
sentem atração pelo mesmo sexo neste povo. Este estudo não se concentra apenas nas relações
warmipangui, mas vai além, a etnografia apresenta uma reflexão sobre a memória de um ser
Kichwa canelos que construiu e vive sua sexualidade warmipangui. Também descrevo as
relações sociais que os habitantes runaguna (humanos) desta comunidade constroem e mantêm
com todos os seres que compartilham este planeta (pacha mama), incluindo seres oníricos e
cosmológicos, como os supayguna (seres não corpóreos da selva). Lido com as concepções de
llakina (sentir afeto, carinho, respeito, amor pelo outro), chinnina (sentir desprezo, rejeição,
não aprovação ou negação) e asina (brincadeira). Este trabalho investigativo me dá a
oportunidade de abordar, por meio de análise etnográfica, o ambiente global em que e como
um warmipangui se desenvolve. Em muitos aspectos, meu retrato das relações Kichwa canelos
é inseparável da autoetnografia que realizei a partir de minha posição de pesquisador
antropológico, pertencente a uma família Kichwa canelos, falante do Kichwa amazônico e
posicionada como warmipanqui Kichwa canelos. Este trabalho busca motivar o
aprofundamento do estudo dessa questão pela academia e garantir que atores sociais indígenas
e não indígenas incluam a discussão da sexualidade warmipangui em suas agendas políticas e
sociais, para gerar discussão, reflexão e dar visibilidade ao polêmica da sexualidade dentro dos
povos indígenas a partir da perspectiva que trato neste trabalho, uma vez que a forma de tratar,
pensar e refletir sobre essa questão é diferente daquela dos pensadores, intelectuais e teóricos
sociais que estudam “gênero e sexualidade” a partir do visão americano-europeia.