Acervo
A mobilidade de Warao no Brasil e os modos de gestão de uma população em trânsito: reflexões a partir das experiências de Manaus-AM e de Belém-PA
Dados da Obra
Orientando: Marlise Mirta Rosa
Ano de produção: 2020
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Marlise Mirta Rosa. A mobilidade de Warao no Brasil e os modos de gestão de uma população em trânsito: reflexões a partir das experiências de Manaus-AM e de Belém-PA. 2020. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - PPGAS / Museu Nacional / UFRJ. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Bacharela em Ciências Sociais pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), mestra e doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGAS/MN/UFRJ). Pesquisadora vinculada ao Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED), na mesma instituição e ao Laboratório de Pesquisa Povos Indígenas na História (LAPESPIH), na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Foi vencedora do VI Prêmio Antropologia e Direitos Humanos - Categoria Graduação, com o trabalho "O uso estratégico dos direitos humanos para a criminalização da alteridade: a Lei Muwaji e a campanha contra infanticídio indígena no Congresso Nacional". Tem experiência de pesquisa com povos indígenas em contextos urbanos e em situação de deslocamento e migração, trabalhando na Amazônia desde 2015. Atua ainda como consultora de agências da ONU e de organizações não governamentais na capacitação de gestores públicos e trabalhadores humanitários, adequação do atendimento e consolidação de políticas públicas destinadas à população indígena migrante e refugiada no Brasil. É autora do livro "A mobilidade Warao no Brasil e os modos de gestão de uma população em trânsito: reflexões a partir das experiências de Manaus-AM e de Belém-PA", da publicação "Os Warao no Brasil: contribuições da antropologia para a proteção de indígenas refugiados e migrantes", desenvolvida para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e do estudo "Percepções Warao sobre trabalho, suas experiências, expectativas e potencialidades para inserção produtiva na região metropolitana de Belém (Pará)", elaborado para o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) em parceria com o ACNUR. Atualmente, é consultora do Ministério dos Povos Indígenas junto ao Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED/GM/MPI).
Resumo
Os Warao, povo indígena proveniente do delta do rio Orinoco, região Nordeste da Venezuela, são a segunda maior população indígena daquele país, somando cerca de 49 mil pessoas. Ocupam centenas de comunidades no estado de Delta Amacuro e regiões adjacentes dos estados de Monagas e de Sucre. Falantes da língua homônima pertencente a uma família linguística isolada, constituem uma unidade étnica diferenciada, porém, apresentam variações culturais internas que refletem nas relações sociais que estabelecem dentro do próprio grupo e, também, com a sociedade envolvente. São descritos pela literatura histórica, antropológica e arqueológica como um grupo étnico com características sedentárias, que, em virtude de diferentes intervenções em seu território de origem, iniciou ciclos migratórios para os centros urbanos, primeiro nos entornos do delta e, posteriormente, chegando até Caracas, capital do país. Em 2014, pela primeira vez, os Warao cruzaram a fronteira com o Brasil, ocasião em que foram deportados pela Polícia Federal de Boa Vista (Roraima). A partir de 2016, em decorrência da conjuntura política, econômica e social em que se encontra a Venezuela, esse novo ciclo migratório se estabeleceu e, atualmente, abrange inúmeras cidades das cinco regiões brasileiras. Nesta tese, portanto, procuro entender a dinâmica da mobilidade Warao no Brasil e retratar, a partir das experiências de Manaus e de Belém, os modos de gestão desta população em trânsito.