Acervo
Esquecer-se de si: morte, emoções e autoridades em uma comunidade Ticuna
Dados da Obra
Orientando: Aline Moreira Magalhães
Ano de produção: 2014
Idioma Original: Português
Download em PDFOutros Links
Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Aline Moreira Magalhães. Esquecer-se de si: morte, emoções e autoridades em uma comunidade Ticuna. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, mestrado e doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ. Foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, pesquisadora de pós-doutorado no Museu Nacional e na Escola Nacional de Saúde Pública - Fiocruz. Suas áreas de atuação e pesquisa abrangem a antropologia política, etnologia indígena, história da ciência, formas e fluxos de dominação e resistência. É bolsista do Programa de Capacitação Institucional (CNPq) no MAST e vinculada ao LACED (MN/UFRJ).
Resumo
Esta tese se ocupa de alguns conflitos geracionais e conjugais que engendram as
narrativas sobre suicídios entre os Ticuna. As situações de suicídio, conforme os relatos
dos meus interlocutores, se referiam a rompimentos momentâneos desses vínculos.
Seguindo a frequência das categorias da raiva (nu´u) e ciúme (we´e), descrevo
determinados aspectos das relações de autoridade entre pais e filhos e dos ideais e
demarcações entre homens e mulheres. Procuro articular a ênfase nativa nestas emoções
com o plano do terror colonial (Taussig, 1992), que instaura não somente um ciclo
específico da violência, mas também do desprezo (Miller, 1997). A violência, utilizada
enquanto categoria analítica e não êmica, se refere às expropriações territoriais próprias
à ocupação colonial que se atrelam, por sua vez, às obrigações, expectativas e, portanto,
tensões entre parentes. O suicídio (ma´a), conforme procuro argumentar, está imbricado
à forma narrativa por meio da qual esses conflitos vêm à tona – qual seja, à trama da
feitiçaria (yu´u) – e aos esforços em transgredir ou negar autoridades que impõem a
conciliação entre moralidades contrastantes.