Acervo
Etnias Federais: o processo de identificação de “remanescentes” indígenas e quilombolas no Baixo São Francisco
Dados da Obra
Orientando: José Maurício Paiva Andion Arruti
Ano de produção: 2002
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: José Maurício Paiva Andion Arruti. Etnias Federais: o processo de identificação de "remanescentes" indígenas e quilombolas no Baixo São Francisco. 2002. 512 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Sou professor Dr. do Depto. de Antropologia da UNICAMP e pesquisador do CEBRAP (Núcleo Afro), credenciado nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), Ciências Sociais (PPGCS) e História (PPGH) da UNICAMP. Depois do bacharelado em História pela UFF, fiz o mestrado e doutorado em Antropologia Social no Museu Nacional-UFRJ. Atuei no campo da Antropologia Pública, como coordenador de projetos de pesquisa, comunicação e advocacy na ONG Koinonia (1997-2007) e fui prof. do Depto. de Educação da PUC-Rio (2007-2011). Em 2006 publiquei o livro "Mocambo - Antropologia e história do processo de formação quilombola" (Prêmio CEAB/F. Ford'2003 e Prêmio ANPOCS-EDUSC´2005) e fui premiado no II O Prêmio Territórios Quilombolas (2006) promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA (NEAD Especial no. 5, 2007: 230-268). Meus interesses de pesquisa, docência e extensão envolvem comunidades quilombolas e povos indígenas, e os temas do Território, Memória, Educação e Direitos. Na UNICAMP, coordeno o Laboratório de Pesquisa e Extensão com Populações Tradicionais Ameríndias e Afro-americanas (LaPPA) do Centro de Estudos Rurais, CERES. Já coordenei o Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena, CPEI (2012-2017); o Curso de Graduação em Ciências Sociais (coord. associado, 2013-2014); o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (2014-2017); e chefiei o Departamento de Antropologia (2019-2021). Realizei estágios pós-doutorais no CEBRAP (FAPESP, 2003-2006), na Getty Foundation, Los Angeles, CA (2015) e na Jackson School of International Studies da University of Washington, Seattle, WA. (BPE-FAPESP, 2018). Atualmente desenvolvo pesquisa acadêmica sobre o tema da mobilidade indígena, com destaque para a migração das regiões Norte e Nordeste para o estado e para a cidade de São Paulo, assim como para a ampliação do acesso indígena à universidade. O foco etnográfico desta pesquisa incide sobre o povo pankararu e os efeitos da mobilidade sobre sua relação com as políticas de educação, cultura e patrimônio. Também coordeno o programa Panorama Quilombola (Afro-Cebrap em parceria com o LaPPA-UNICAMP) que desenvolve projetos de extensão no campo da documentação e informação sobre a presença na mídia e o acesso à justiça das comunidades quilombolas, realizados em parceria com diferentes universidades, instituições sociais e organizações quilombolas.
Resumo
Este trabalho aborda duas comunidades contíguas, situadas às margens do rio São Francisco, no sertão de Porto da Folha (SE), atualmente conhecidas como comunidade remanescente indígena Xocó e comunidade remanescente de quilombos (crq) do Mocambo. O foco de atenção está naquilo que designamos como o “processo de identificação” daqueles grupos, isto é, a história das práticas classificatórias incidentes sobre aquelas populações, com especial ênfase na etnografia dos processos de assunção dos atuais rótulos (1978-2000). Para isso realizamos, primeiro, uma história intelectual, política e jurídica da categoria de “crq” (cap. 1), para em seguida apresentar a etnografia daqueles grupos: uma história da atuação da Igreja Católica no sertão sergipano e sua relação com a emergência Xocó (cap. 2); uma revisão crítica de algumas fontes históricas sobre a presença negra e de quilombos na região (cap. 3); a análise reflexiva sobre o processo de pesquisa no Mocambo, que coloca em pauta a passagem de uma experiência de mobilização étnica entre índios e negros, assim como a noção de “memória territorial” (cap. 4); e uma etnografia do “processo de territorialização” do Mocambo, posterior ao seu reconhecimento oficial como “crq” (cap. 5). Ao final buscamos trazer a etnografia para um diálogo crítico com as teorias sobre a etnicidade.