Acervo
Nimaira uruki yetara uruki: “esa es mi lucha”. Ritual e Política entre os Uitoto-murui
Dados da Obra
Orientando: Edmundo Marcelo Mendes Pereira
Ano de produção: 2005
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Edmundo Marcelo Mendes Pereira. Nimaira uruki yetara uruki: "esa es mi lucha". Ritual e Política entre os Uitoto-murui. 2005. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Antropólogo. Graduação em Comunicação Social (1994) na PUC/RJ. Mestrado (1999) e doutorado (2005) em Antropologia Social no PPGAS/MN/UFRJ. Entre 2006-2014, foi professor adjunto do DAN e PPGAS/UFRN. Atualmente, é professor associado III do DA e PPGAS/MN/UFRJ. Co-editor da Coleção Documentos Sonoros do Museu Nacional. Atua principalmente nos seguintes campos de investigação: Etnologia, Etnomusicologia, Cultura Popular e patrimonialização, Risco e Desastre patrimonial, História da antropologia.
Resumo
Este trabalho inscreve-se dentre as etnografias dedicadas ao grupo indígena usualmente conhecido como Uitoto, de autodenominação Murui e Muira-murui (ou Muinane). Resulta de pesquisa realizada entre os anos de 1999-2004 (entre períodos de campo longo e visitas pontuais), na Amazônia colombiana, em particular San Rafael, rio Caraparaná. Tem como tema central a relação entre processos rituais encontrados no grupo (em particular o plantio, processamento e consumo da variedade ipadu da coca e todo simbolismo e práticas a ela associados) e instâncias políticas, sendo essa relação focalizada no bojo das mobilizações étnicas por reconquista territorial e reconhecimento de identidade pós anos 1980. Neste contexto, o mambeadero, lugar de encontro e conversa noturna masculina, epicentro do consumo ritual da coca e do tabaco e da transmissão de conhecimento “tradicional”, passa a ser um locus privilegiado para a produção de sinais diacríticos de indianidade, em especial em contextos de interação com agências nacionais e trans-nacionais. Trabalhando, sobretudo, com a noção de “situação social” e seus desdobramentos (como o estudo de relações diádicas e de formação de redes), apresenta-se tanto um conjunto de eventos nos quais as relações entre as instância ritual e política indígenas são apresentadas, quanto uma “etnografia da etnografia”, pontuando as condições de produção do conhecimento antropológico reunido. Elege-se como fio condutor das situações e análises apresentadas a realização, concomitante, de dois modelos de planos de autodiagnóstico e formulação de propostas de desenvolvimento acontecidos no Caraparaná em 2001 chamados de Planes de Vida: um modelo exógeno, implementado pela organização de representação dos cabildos locais, em relação com outras organizações políticas indígenas e ONGs; e outro elaborado a partir do mambeadero de Don Ángel Ortiz, cacique local, cuja lógica.