Acervo
O Paraíso do gado: a dinâmica geoeconômica do Município de São Félix do Xingu na atualidade
Dados da Obra
Orientando: Núbia Vieira Cardoso
Ano de produção: 2023
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Núbia Vieira Cardoso. O Paraíso do gado: a dinâmica geoeconômica do Município de São Félix do Xingu na atualidade. 2023. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Coorientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK (2011), graduação em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2021), mestrado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2018) e doutorado em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2023). Atualmente é analista de saúde do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: território, povos indígenas, educação popular, espaço, Médio Xingu e povo Maxakali.
Resumo
No ano de 2019 foi registrado um incremento recorde de desmatamento em relação aos anos anteriores na Amazônia Legal. O município de São Felix do Xingu, no Sudeste Paraense, destaca-se nesse contexto, apresentando duas áreas protegidas com maiores índices de desmatamento. São Félix do Xingu, localizado na Amazônia Oriental está entre os seis municípios mais extensos do país. Do total da extensão territorial de 84 mil km², 50% dela é formada por terras indígenas que somadas às unidades de conservação chegam a mais de 70% de toda a sua extensão territorial. Município da Bacia do Médio Xingu, a sede municipal é atingida por via terrestre por uma única estrada estadual, ainda que o município abrigue o maior rebanho bovino do Brasil, 2,5 milhões de cabeças. Se de um lado a maior parte da extensão territorial é constituída por áreas voltadas para a conservação da natureza, de usufruto indígena e de posse da União, de outro, o rebanho bovino, demanda novos pastos, o que faz do município uma fronteira econômica, e territorial em permanente atualização. Dentre as alegorias associadas a São Félix do Xingu uma delas é a de capital do desmatamento. Buscando apresentar e discutir a dinâmica geoeconômica do município de SFX na atualidade, esta pesquisa foi desenvolvida em duas grandes partes e em dois momentos. A primeira, “a viagem de ida”, onde é elaborada a fundamentação teórica e histórica partindo do quadro regional onde está inserido o município. O segundo, a viagem de volta quando partindo do “concreto”, por meio da relação entre dados públicos e dos dados da pesquisa de campo, realizada em junho de 2022 em São Félix do Xingu, leva até o terceiro momento: a síntese. Identificou-se a relação entre o uso e apropriação da terra com a re-estruturação da produção da pecuária. Se na primeira década dos 2000 a produção esteve concentrada em fazendas, na atualidade a produção é descentralizada, tanto na distribuição da cadeia produtiva quanto na sua distribuição territorial até a escala do comércio e exportação. Ao contrário da imagem de um exótico “Brasil profundo”, o estudo geoeconômico de São Félix do Xingu na atualidade levou ao seu espelhamento com o Brasil. Sua função em uma rede de negócios central na economia brasileira contemporânea demonstra que ao contrário de exceção, o Município deve ser a regra.