Acervo

O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia

Dados da Obra

Orientando: Daniela Fernandes Alarcon

Ano de produção: 2020

Idioma Original: Português

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Catalogação da Obra

Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Daniela Fernandes Alarcon. O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia. 2020. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - PPGAS/Museu Nacional/UFRJ. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.

Mini Currículo

Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro - MN/UFRJ (2020), com estágio doutoral no LLILAS Benson Latin American Studies and Collections, University of Texas at Austin. Mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília - UnB (2013) e graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade de São Paulo - USP (2008). Desenvolveu pesquisas de pós-doutorado na University of Pennsylvania (Penn-Mellon Just Futures Initiative Dispossessions in the Americas: The Extraction of Bodies, Land, and Heritage from La Conquista to the Present) e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz. Possui experiência de pesquisa com povos indígenas e ribeirinhos, em particular no sul da Bahia e no oeste do Pará, analisando processos de recuperação e defesa territorial, assim como outras formas de mobilização. Sua tese de doutorado, que recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2021, foi publicada em livro em 2022 (O retorno dos parentes: mobilização e recuperação territorial entre os Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia). Sua dissertação de mestrado, premiada pela Sociedade de Antropologia das Terras Baixas da América do Sul (Salsa), por meio do Norm and Sibby Whitten Publication Subvention Fund 2018, foi publicada em 2019 (O retorno da terra: as retomadas na aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, sul da Bahia). Entre outros livros, é coautora de 'Dono é quem desmata': conexões entre grilagem e desmatamento no sudoeste paraense (2017) e Os donos da terra (2020). Atualmente, é Coordenadora-Geral de Formação na Mediação e Conciliação em Conflitos Indígenas no Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas - MPI e Bolsista de Pós-Doutorado Júnior do CNPq junto ao MN/UFRJ.

Resumo

Descrever e analisar a mobilização contemporânea dos Tupinambá da Serra do Padeiro (Terra
Indígena Tupinambá de Olivença, sul da Bahia) no quadro da recuperação territorial em curso na
aldeia é o principal objetivo desta tese. Aqui, a mobilização é considerada em sua dupla acepção:
envolvimento de parentes na luta e manutenção cotidiana do engajamento em um projeto coletivo.
Mais especificamente, o trabalho se debruça sobre o retorno dos parentes, o processo de reversão
da diáspora atrelado às retomadas de terras, ações de recuperação da posse de áreas detidas por
não indígenas no interior do território tupinambá. Trata-se de examinar a construção do sujeito
político coletivo que vem engendrando as retomadas, ao tempo em que é engendrado por elas,
focalizando os esforços para a construção de um projeto assentado no parentesco, em que a terra
figura não como bem transacionável, mas como condição precípua para se viver bem.
A argumentação se assenta fortemente em reconstituições de trajetórias de interlocutores e
interlocutoras envolvidos na recuperação territorial, em narrativas sobre o esbulho, a diáspora,
o retorno e a vida na aldeia. Dando ênfase às concepções, categorias e estratégias políticas
atreladas à mobilização, o trabalho investiga a memória produzida na luta, atentando para o
fato de que essa última não é apenas objeto das narrativas, mas sua condição de existência.
Nesta tese, a memória é compreendida como um amplo processo social de articulação de tempos,
envolvendo o aprendizado e a rememoração de histórias que remontam aos encantados
(principais entidades da cosmologia tupinambá) e aos troncos velhos (antepassados), a produção
e circulação de narrativas entre parentes, e a projeção de palavras como imaginação de futuro.