Acervo
Os Kaxinawá de Felizardo: correrias, trabalho e civilização no Alto Juruá
Dados da Obra
Orientando: Marcelo Manuel Piedrafita Iglesias
Ano de produção: 2008
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Marcelo Manuel Piedrafita Iglesias. Os Kaxinawá de Felizardo: correrias, trabalho e civilização no Alto Juruá. 2008. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1987), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(1993) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro(2008). Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena. Atuando principalmente nos seguintes temas:Kaxinawá, Mediação, Tutela, Território Federal do Acre.
Resumo
Este trabalho tem como foco o estudo de um tipo específico de mediação entre organismos governamentais, patrões seringalistas e índios Kaxinawá ocorrido nas três primeiras décadas do século XX, na região do alto rio Juruá, no Território Federal do Acre.
Dois principais contextos atravessam e subsidiam a análise. O primeiro é a implantação da empresa seringalista, a dinâmica da atividade caucheira e as conseqüências das “correrias”, expedições armadas promovidas pelos patrões, sobre os povos indígenas. O segundo é relativo à institucionalização do governo federal no Departamento do Alto Juruá, à definição da fronteira do Brasil com o Peru e à posterior demarcação física desse limite internacional.
A atuação do governo federal nessa região fronteiriça é enfocada a partir de um conjunto diverso de propostas formuladas para a proteção, “catequese” e “civilização” dos índios. Primeiramente abordam-se as ações implementadas pela Prefeitura do Alto Juruá e a Comissão de Obras Federais no Território Federal do Acre na segunda metade dos anos de 1900. A seguir são analisadas as diretrizes e os resultados da atuação do Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais (SPILTN), e depois do SPI, no Alto Juruá.
Diferentes formas de mediação exercidas pelo “catequista de índios” Felizardo Avelino de Cerqueira, aproveitando oportunidades abertas por ações de órgãos do governo federal e por iniciativas conjuntas com os patrões seringalistas e caucheiros, serão tomadas como eixo da discussão sobre os processos que resultaram na incorporação de um grupo de famílias Kaxinawá em diferentes atividades nos rios Envira e Jordão. Em termos de referenciais, este trabalho dialoga com as teorias sobre a aplicação da tutela aos indígenas brasileiros, observando a sua peculiaridade numa situação de fronteira internacional e com o funcionamento da empresa seringalista.