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Rojeroky hina ha roike jevy tekohape (Rezando e lutando): o movimento histórico do Aty Guasu dos Ava Kaiowa e dos Ava Guarani pela recuperação de seus tekoha

Dados da Obra

Orientando: Tonico Benites

Ano de produção: 2014

Idioma Original: Português

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Catalogação da Obra

Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Tonico Benites. Rojeroky hina ha roike jevy tekohape (Rezando e lutando): o movimento histórico do Aty Guasu dos Ava Kaiowa e dos Ava Guarani pela recuperação de seus tekoha. 2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.

Mini Currículo

Possui graduação em PEDAGOGIA pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (2004), mestrado em ANTROPOLOGIA SOCIAL pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2009) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014). Pós-doutorado (2018) pela PPGAS/MN/UFRJ, atualmente é professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul-UEMS, coordenador Regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas-FUNAI- de Ponta Porã-MS. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia da educação intercultural, relações Interétnicas, indigenista, atuando principalmente nos seguintes temas: o movimento étnico político dos povos indígenas , movimento contemporâneo do povo Guarani e Kaiowa, violações de direitos humanos indígenas, educação indígena e educação escolar intercultural e bilíngues.

Resumo

O presente trabalho descreve e analisa o processo de reocupação (Jaha jaike jey) de quatro terras tradicionais indígenas (tekoha) – Jaguapiré, Potrero Guasu, Ypo‟i e Kurusu Amba, localizadas na bacia do rio Iguatemi, no extremo sul do Estado do Mato Grosso do Sul. Tem como marco histórico os diferentes contextos de territorialização dos Ava Guarani e dos Ava Kaiowá nos Postos Indígenas ao longo do século XX, descrevendo a partir da descrição de diferentes “situações históricas” (Oliveira, 1988 e Mura, 2006), o processo de expropriação dos referidos indígenas de seus territórios tradicionais. Esta tese assim é um estudo dos processos políticos pelos quais nas últimas três décadas os povos Guarani e Kaiowá se mobilizaram, para a recuperação de seus antigos territórios de ocupação tradicional (tekoha), promovendo uma articulação e eficiente solidariedade das famílias indígenas umas com as outras (Ñomoiru ha Pytyvõ); fortalecendo sob a direção dos líderes espirituais (ñanderu/oporaíva e ñandesy) no seio do Aty Guasu os seus laços com os espíritos protetores da natureza e de seu cosmos; procedendo a reocupação de seus territórios, visando realizar as condições do “bom viver” e assegurar o pleno reconhecimento jurídico e administrativo enquanto Terras Indígenas destes tekoha. Um lugar central nas ações e articulações, bem como um foco de nosso trabalho etnográfico, é ocupado pelo Aty Guasu, grandes assembléias intercomunitárias que coordenaram e coordenam as formas de resistência indígenas no movimento da luta pela recuperação dos seus tekoha. Para analisar o ciclo de desenvolvimento dos conflitos fundiários foi utilizado de forma crítica o conceito de “drama social” de Victor Turner (1957 e 1974), visto que estamos lidando com um conflito que não se dá primordialmente no interior das famílias e comunidades Guarani e Kaiowá, mas sim entre estes e os fazendeiros karai, enquadrado portanto dentro do marco jurídico do Estado-Nacional brasileiro.