Acervo
Todo mistério tem dono!: ritual, política e tradição de conhecimento entre os Pankararu
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Dados da Obra
Orientando: Claudia Mura
Ano de produção: 2013
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: MURA, Claudia. Todo mistério tem dono!: ritual, política e tradição de conhecimento entre os Pankararu. Contra Capa Editora, 2013.
Mini Currículo
Professora Associada da Universidade Federal de Alagoas. Possui graduação em Letras Modernas (departamento Demo-Etno-Antropológico) pela Universidade La Sapienza de Roma - Itália (2002), mestrado (2007) e doutorado (2012) em Antropologia Social pelo Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência nas áreas de Etnologia Indígena, Antropologia dos Rituais e Antropologia do Conhecimento. É líder do Grupo de Pesquisa em Memória, Identidade e Território (GPMIT)/PPGAS/UFAL e integra o Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED)/PPGAS/Museu Nacional/UFRJ. Desenvolve pesquisa nas seguintes temáticas: relações interetnicas, processos políticos-rituais, colonialismo e tradições de conhecimento.
Resumo
Não se trata aqui de um esforço para compreender os indígenas em uma alteridade evidente e a priori, tal como ela é exibida aos visitantes nas maravilhosas celebrações das máscaras e na materialização de entidades religiosas que, já ao primeiro olhar, remetem a uma outra cosmologia. O trabalho de Claudia Mura toma decididamente outra direção, assumindo como seu foco justamente aquilo com o que a literatura etnológica lida com tanta dificuldade: as zonas de contato, nas quais instituições e performances nativas surgem ao pesquisador misturadas com outras que parecem de origem exógena. A palavra sincretismo, no entanto, usada como tanta frequência e de modo inadequado como uma categoria analítica, e que carrega consigo um forte apelo essencializador, aqui não terá mais lugar.
É a questão dos fluxos e tradições culturais – espaço privilegiado dos processos de ressemantização, das duplicidades e sobreposições de significado, das ambiguidades e indeterminações (apenas resolvidas pela análise da praxis e das especificidades de contextos) – que constitui o centro de sua etnografia. Longe de buscar uma suposta autenticidade em seu objeto de pesquisa, a narrativa de Claudia Mura tem como rumo perceber como os Pankararu podem ser igualmente índios e sertanejos, praticando tanto o ritual do praiá quanto integrando as irmandades de penitentes, componentes igualmente importantes da tessitura do coletivo que constituem.