Acervo
Tutela e Resistência Indígena: etnografia e história das relações de poder entre os Terena e o Estado Brasileiro
Dados da Obra
Orientando: Andrey Cordeiro Ferreira
Ano de produção: 2007
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Andrey Cordeiro Ferreira. Tutela e Resistência Indígena: etnografia e história das relações de poder entre os Terena e o Estado Brasileiro. 2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Professor Associado do Departamento de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade e do Curso de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade/CPDA da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRRJ (desde 2010). Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1999), mestrado (2002) e doutorado (2007) em Antropologia Social pelo PPGAS-Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu campo de abordagem teórica inclui, como eixo principal: etnologia indígena e teorias da etnicidade; colonialismo e teoria descolonial; antropologia/antropologia política (com ênfase sobre relações de dominação e resistência; Estado e etnopolítica; rituais, simbolismo e ação política); antropologia política/antropologia do território; processos de territorialização; conflito por terra e território; terras indígenas e conflitos interétnicos); antropologia e sociologia das insurgências. Como eixo complementar: sociologia geral; sociologia do desenvolvimento (com ênfase em economia política, classes sociais e Estado); sociologia das insurgências (formas de dominação e resistência, movimentos sociais e insurreições/revoluções, sindicalismo e teoria anarquista, movimento e organizações indígenas, autonomias e autogoverno); ecologia social (com ênfase no estudo da energia e poder, conflitos socioambientais); análise do imperialismo, neoextrativismo e análise dos sistema mundiais. No CPDA atua nas seguintes linhas de pesquisa: Natureza, Ciência e Saberes; Terra, Poder e Território; Conflitos, Movimentos Sociais e Representação Política. Desenvolveu, dentre diversas outras, as pesquisas Ecologia Cultural e Política da Energia (com a bolsa Jovem Cientista de Nosso Estado/FAPERJ e Projetos Apq1 CNPq e Faperj) entre 2015 e 2020. Atualmente, desenvolve os projetos "Ecologia Social dos Recursos Naturais" (Edital de Apoio a Grupos de Pesquisa Emergentes FAPERJ/2019) , o projeto "Ecologial social e Geoecopolítica da Energia" -2022 (com financiamento Faperj) e o projeto "Etnologia de Identidades Insurgentes" - 2023 (financiamento PIBIC/CNPQ). Desenvolve também o projeto de extensão e desenvolvimento Biodiversidade, Interculturalidade e Autonomia (voltado para ações de educação intercultural, patrimonial e agroecologia) junto a povos indígenas e tradicionais. Atualmente desenvolve projeto de Pós-doutorado no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. É membro do LACED-Museu Nacional-UFRJ, líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Etnicidade, Território, Natureza e Autonomias NEP-UFRRJ e coordenador do Laboratório Multiusuário de Tecnologias Sociais-LMTS registrado na Plataforma Nacional de Infraestrutura em Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Resumo
Este estudo analisa as formas de dominação e resistência política estabelecidas entre o Estado-Nacional brasileiro e os índios Terena. Nosso enfoque principal é o estudo da mudança social nos processos e relações de poder no presente etnográfico na terra indígena Cachoeirinha, localizada na região do Pantanal, Mato Grosso do Sul. Analisamos na tese o processo histórico de conquista colonial no sul de Mato Grosso entre os séculos XVI e XIX, bem como os processos políticos cotidianos, conflitos e dramas sociais nas aldeias Terena, no início do século XXI. Existe uma relação de continuidade entre os processos históricos de conquista colonial e centralização estatal e o presente etnográfico, que se manifesta nos conflitos faccionais dentro das aldeias e nas relações de colaboração e aliança entre índios, elites regionais e agencias estatais. Resistência e colaboração indígena constituem assim elementos fundamentais de uma dinâmica societária que determina tanto a mudança quanto à reprodução nas relações poder e dominação. A problemática desta oposição entre “tutela e resistência indígena” surgiu da análise de relações concretas e do discurso nativo. O discurso indígena aciona em diversas circunstancias a idéia de resistência, de capacidade política dos índios, em contraposição a “tutela” que se apresenta ainda enquanto regime político-jurídico dentro das aldeias. A análise da mudança social através dos “dramas e empreendimentos sociais” entre os Terena, permite lançar luz sobre uma série que questões sobre os processos de dominação locais e globais, de curta e longa duração. O principal objetivo desse trabalho é explorar essas conexões, entre processos locais de dominação e dinâmica funcional do Estado-Nacional, para elucidar os sentidos e efeitos de poder do processo de mudança social contemporâneo nas sociedades indígenas, e especificamente, a sociedade Terena.