Essa tese é uma investigação antropológica as práticas, dos usos e do colecionismo de Johann Natterer em suas viagens no Brasil (1817-1835). Recupera o empreendimento de realização de sua investigação no âmbito da História Natural no contexto de aproximação dos Estados Unidos Português e Austríaco face à reorganização europeia no período pós-napoleônico e do Congresso de Viena (1815); ao mesmo tempo em que estabelece suas conexões com os demais naturalistas do período e cm a rede de atores situados no Novo Mundo. Os capítulos estão organizados de modo a permitir compreender a formação da comissão austríaca e a posição ocupada por Natterer em sua formulação inicial e nos desdobramentos posteriores, para em seguida debruçar-se sobre a atuação do “Estado” em sua promoção e realização. Finaliza com uma análise comparativa com os demais naturalistas que atuavam no Brasil no período de realização ou imediatamente anterior às viagens de Natterer. Busca dar ênfase a uma abordagem da ação cotidiana dos sujeitos e dos processos investigados e, para tanto, privilegia o domínio das correspndências e diários pessoais e profissionais. Como resultado da tese, considero que a atuação de Natterer deve ser compreendida a partir de sua localização no interior das práticas e usos da História Natural atualizados nas situações etnográficas estabelecidas em suas viagens no Brasil. O colecionismo resultante passa então a ser entendido como uma ação coletiva resultante das múltiplas relações estabelecidas pelo naturalista em campo.