Acervo
A formação do território Ticuna: Do “Nosso Governo” (Torü Aẽgacü) ao associativismo
Dados da Obra
Autor(es): Pacheco de Oliveira, João
Editora: E-papers
Ano de produção: 2022
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: A formação do território Ticuna: Do “Nosso Governo” (Torü Aẽgacü) ao associativismo. In: João Pacheco de Oliveira (Org.). A reconquista do território: etnografias do protagonismo indígena contemporâneo.
Notas: 1ª ed. – Rio de Janeiro: E-papers, 2022. Pgs. 407-438.
ISBN: 978-65-87065-46-5
Assuntos e pontos de acesso secundario: 1. Indígenas da América do Sul - Brasil. 2. Indígenas da América do Sul - Condições sociais - Brasil. 3. Etnografia.
Classificação do Assunto: CDD: 980.41
CDU: 94(=87)(81)
Resumo
Este artigo trata da formação do território Ticuna dentro de uma perspectiva da antropologia histórica e da busca de significações dos fenômenos sociais contemporâneos não estritamente limitadas à dimensão da curta duração. A minha intenção aqui é compreender como se interconecta um processo de reconhecimento de direitos coletivos com uma cosmopolítica indígena.
Ou seja, como se interrelacionam dois campos políticos distintos que se manifestam igualmente na escala local e envolvem profundamente os indígenas, mas se apresentam como relativamente autônomos. O primeiro está basicamente referido a uma arena nacional, incorporando muitos outros agentes sociais (além dos indígenas), as suas ações estando dispostas em uma ordem cronológica que opera através de uma articulação de escalas. O segundo, que se expressa basicamente na esfera local e nas interações entre os próprios indígenas, opera em uma temporalidade diversa e não restrita ao cronológico, nele se realizando um intenso diálogo e atualização de tradições culturais precedentes.
Reportando-me à noção de processo de territorialização, discutida na Introdução e em vários capítulos deste livro, estes dois campos representam as duas faces – interligadas mas contrastantes – deste processo. Correspondem a diferentes comunidades de comunicação, com diferentes atores, regras e expectativas, que numa separação artificial e puramente analítica poderiam ser distinguidas como a “conquista de direitos” e o “protagonismo cultural”.