Acervo
Etnografia enquanto compartilhamento e comunicação: desafios atuais às representações coloniais
Dados da Obra
Autor(es): Pacheco de Oliveira, João
Editora: ABA Publicações
Ano de produção: 2013
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Cutter: S2455a
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Etnografia enquanto compartilhamento e comunicação; desafios atuais às representações coloniais. In: Bela Feldman-Bianco. (Org.). Desafios da Antropologia Brasileira. 1 ed. Brasília: ABA Publicações, 2013, v. 1, p. 47-74.
Notas: v. 1, p. 47-74.
ISBN: 978-85-87942-11-1
Assuntos e pontos de acesso secundario: 1. Antropologia. 2. Brasil. 3. Reconfigurações. 4. Desafios. I. Título.
Classificação do Assunto: CDU 394
CDD 300
Resumo
Os antropólogos estariam se envolvendo excessivamente nas condições práticas de realização de seu estudo, posicionando-se em questões que deveriam apenas observar e registrar? Uma relação de aliança com alguns atores sociais (sobretudo com as lideranças e organizações indígenas, mas também com os órgãos públicos e ONGs que lidam com a concretização de seus direitos) não estaria distanciando a pesquisa de um olhar objetivo e explicativo? Com isso, os antropólogos não estariam abrindo mão da pesquisa científica ao inscrever-se em espaços sociais e cognitivos limitados?
Essas são questões que remetem a um certo desconforto gerado pela suspeita de que a dimensão política assumida pelo trabalho dos antropólogos nas suas pesquisas com povos indígenas no Brasil estaria afetando negativamente o seu rendimento como pesquisadores. Faz algum tempo, ocupei-me desse assunto (PACHECO DE OLIVEIRA, 2002) ao tratar dos debates em torno das perícias e laudos antropológicos. Tal preocupação não se restringe, de maneira alguma, aos trabalhos ditos aplicados e aos gêneros narrativos novos (como laudos, relatórios de identificação, estudos de impacto ambiental),
mas abrange, igualmente, uma grande quantidade de material etnográfico e de análises nele inspiradas. O mesmo temor, muitas vezes, se manifesta com relação a pesquisas que não são dirigidas exclusivamente a indígenas, mas que compreendem os quilombolas e as chamadas populações tradicionais, aplicando-se, também, a diversas pesquisas marcadamente inovadoras.