Acervo
Regime tutelar e faccionalismo – Política e religião em uma reserva Ticuna
Dados da Obra
Autor(es): Oliveira, João Pacheco
Editora: UEA
Ano de produção: 2015
Idioma Original: Português
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Cutter: O48r
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Regime tutelar e faccionalismo. Política e Religião em uma reserva Ticuna. / João Pacheco de Oliveira – Manaus: UEA Edições, 2015.
Notas: 250 p. : il. color. ; 16x23 cm.
ISBN: 978-85-99274-36-1
Assuntos e pontos de acesso secundario: 1. Conflitos sociais. 2. Indígenas. 3. Comunidades tradicionais. 4. Política. 5. Religião. 6. Cartografia. I. Título.
Classificação do Assunto: CDU 528.9:316.48
Resumo
A coordenação do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia, refletindo sobre temas selecionados pelos pesquisadores, concernentes a realidades empiricamente observáveis na região amazônica, e coadunados com as atividades previstas em seu cronograma, decidiu pela iniciativa editorial de uma coleção baseada numa ação pedagógica de fundamento etnográfico, que toma o trabalho de campo como um laboratório a partir do qual são elaboradas monografias, dissertações e teses. Às mais das vezes, nas seleções editoriais em antropologia, tal argumento se mostra forte e resoluto o suficiente, orientando decisões necessárias para compor coleções e séries didáticas ou para organizar compilações de textos e mesmo coletâneas acadêmicas.
Em decorrência deste critério é que foram apreciadas as condições de possibilidades para se efetivar a publicação de experiências de pesquisas que, ademais, tem contribuído diretamente para a consolidação de um determinado gênero de produção intelectual e científica classificado usualmente como “Antropologia da Amazônia”, expressão escolhida para batizar a presente coleção. Tais condições concernem a um objetivo de precípuo interesse para a história do pensamento antropológico, bastante relevante em domínios etnográficos, designadamente àqueles referidos a uma “nova descrição”, que articula o conhecimento antropológico com outras disciplinas tais como a história, o direito e a economia. O seu significado para os que se empenharam em debater esta iniciativa e que explica estes primeiros livros da coleção, compreende uma relação transdisciplinar e não se refere somente à memória, atrelada a um tempo passado. Mesmo que alguns intérpretes insistam em afirmar que a experiência etnográfica hoje se nos oferece mais rica do que há quarenta anos passados pode-se asseverar que há trabalhos de pesquisa que mantém uma atualidade irretorquível e que não devem ser lidos uma única vez. O ineditismo não se constitui, portanto, num critério determinante já que este prevê livros que valem a pena ser relidos.
Nesta ordem a coleção consiste também num “laboratório de epistemologia” ou de análise de esquemas explicativos, para o quais o trabalho de campo não é uma simples coleta de material bruto, não separando teoria e prática de pesquisa e privilegiando realidades localizadas e processos reais de formação de territórios e de descrição de conflitos sociais.
Com apoio neste pressuposto é que a seleção ora efetuada pretende dispor a um público amplo e difuso esta interlocução que a editoria do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia estabelece com textos bastante pertinentes às lides universitárias. A “nova cartografia social” se insinua, concomitantemente, como um recurso à etnografia ao propiciar trabalhos de campo mais prolongados e possibilidades de reflexão sobre uma “nova descrição” não mais presa ao setting, à abordagem “ecologista” dos anos 20 do século passado ou ao “modelo geográfico descritivo”, que teria levado aos chamados “estudos de comunidade” e à repetição e à acentuada monotonia de “estudos monográficos” usualmente tidos como “localizados em demasia” e como “pré-científicos”.
A proposição de ruptura que prevalece nesta iniciativa crítica é de abertura da coleção “Antropologia da Amazônia” com uma fonte relevante e precisa, não necessariamente inédita, como já foi sublinhado, mas que compreende a discussão de conceitos elementares à investigação científica de realidades amazônicas, a saber: fronteira, frentes de expansão, diferenciação camponesa, campesinato de fronteira e suas implicações, etnia, faccionalismo e processo de territorialização.
A coleção terá continuidade com um terceiro livro voltado para questões etnográficas, privilegiando uma análise do sistema de plantations do nordeste.