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Objetos alheios, histórias compartilhadas: os usos do tempo em um museu etnográfico

Dados da Obra

Orientando: Andrea Claudia Marcela Roca

Ano de produção: 2006

Idioma Original: Português

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Catalogação da Obra

Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Andrea Claudia Marcela Roca. Objetos alheios, histórias compartilhadas: os usos do tempo em um museu etnográfico. 2006. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.

Mini Currículo

Possui graduação em Antropologia Social pela Universidade de Buenos Aires (2003), Mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006 - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS, Museu Nacional - UFRJ), e Doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2010 - Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS, Museu Nacional - UFRJ), atuando principalmente nas seguintes áreas: museus etnográficos, museus históricos, museus indígenas; objetos, memória e patrimônio; artistas-viajantes e políticas de representação visual sobre os indígenas no Brasil e na Argentina (século XIX). Foi Professora Auxiliar convidada no Mestrado em Antropologia Social da Universidade de Coimbra (Portugal). Durante 2013/2014 foi pós-doutoranda no PPGAS/MN/UFRJ, bolsista da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Desde 2006 é pesquisadora do LACED (Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento; Museu Nacional, UFRJ). Atualmente realiza uma pesquisa na província da Colúmbia Britânica (Canadá) sobre o chamado trabalho colaborativo entre museus e povos indígenas, processos de descolonização museológica e processos de indigenização dos museus. É professora de Português e Cultura Brasileira na University of British Columbia (UBC Vancouver, Canadá), e professora de Antropologia Cultural no Corpus Christi College (Vancouver BC, Canadá).

Resumo

Este trabalho identifica e analisa os usos do tempo no Museu Etnográfico da Cidade de Buenos Aires. Os capítulos estão organizados com o propósito de traçar um percurso analítico, através do qual pode-se articular uma leitura desses usos entre o passado e o presente deste museu etnográfico universitário, assinalando-se suas capacidades políticas desde o momento em que permitem o traçado de visibilidades históricas e sociais. Neste museu de forte tradição arqueológica, os atuais usos do passado respondem a um projeto de recuperação histórica que, desenhado a partir dos objetos, propõe eliminar a noção de ‘povos sem história’ e devolver aos indígenas seu lugar nas narrativas do passado argentino. Sem colonizar esse passado por meio de um sistema interpretativo exterior e arbitrário, propõe-se uma mise-en-scène a partir dos objetos do museu e dos preconceitos dos visitantes, reformulando-se através dos mesmos o traçado de anteriores distâncias entre o nós e o eles. A passagem e a ação do tempo em acervos inicialmente alheios são colocados junto à atualidade de nossa sociedade e história: uma contemporaneidade multi-étnica e pluri-cultural explica ambas as partes – nós e eles – em uma só, re-semantizando os antigos sentidos dos objetos e criando sobre eles um tempo da ação, convocado pelo caráter político e moralmente reflexivo a partir do qual são apresentados. Desenvolvendo, para esses fins, tanto funções informativas e pedagógicas como também políticas, define-se o Museu Etnográfico como ‘lugar de criação de memória’, não só por instalar – através dessas funções – a relevância do conhecimento da história para qualquer explicação social contemporânea, mas também por abrir novos espaços históricos sobre os quais pode-se habilitar uma memória antes inexistente.