Acervo
Pacificar: Relações Interétnicas e Territorialização dos Rikbaktsa
Dados da Obra
Orientando: Aloir Pacini
Ano de produção: 1999
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Aloir Pacini. Pacificar: Relações Interétnicas e Territorialização dos Rikbaktsa. 1999. 261 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: João Pacheco de Oliveira Filho.
Mini Currículo
Aloir Pacini possui graduação (Bacharelado) em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1990), graduação (Bacharelado) em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (1996), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional (1999) e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012). Atualmente é servidor público - professor associado I, lotado no Departamento de Antropologia - Instituto de Ciências Humanas e Sociais, professor orientador do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase na Etnologia Indígena (pesquisas com Chiquitanos, Rikbaktsa, Manoki, Apiaká, Kawaiwete (Kayabi), Boe (Bororo), Xavante, Haliti (Pareci), Kysedje (Tapayuna e Suyá) Terena, Guarani etc.), nas Comunidades tradicionais e Quilombolas. Suas pesquisas focam especialmente o território tradicional (águas), fronteiras, relações com os Estados Nacionais, Missões e "fricções interétnicas). A Antropologia social e cultural deu oportunidade para a elaboração de laudos antropológicos para a Justiça Federal, mas a pesquisa com os Chiquitanos tem maior produção acadêmica dentro da Linha de Pesquisa do DAN: Etnicidades, Territorialidades e Cosmologias.
Resumo
Esta dissertação descreve e analisa a “pacificação” do grupo indígena Rikbaktsa, realizada pela Missão Anchieta, dos jesuítas, no noroeste do Mato Grosso, de 1957 a 1973. Os primeiros contatos pacíficos, realizados pelo Pe. Dornstauder, permitiram novas relações interétnicas e geraram movimentos sociais no vasto território “ocupado” pelos Rikbaktsa. O Pe. Dornstauder, reconhecido como um antepassado Rikbaktsa, foi respaldado pela Missão Anchieta na sua ação incisiva sobre o modo de relações dos seringueiros com os Rikbatsa. É apresentado o contexto da Missão Anchieta e são focalizadas as atividades dos diferentes Postos criados pelos missionários, espaços privilegiados de relações interétnicas. As fontes consultadas foram os diários de Fritz Tolksdorf (inéditos), os diários dos Postos (também inéditos) e escritos do Pe. Dornstauder. Foi fundamental no processo de “pacificação” a assistência à saúde. O internato de Utiariti, para onde eram levadas crianças Rikbaktsa, é apontado como pólo de atração dos trabalhos missionários. Civilizar e catequizar são indicadas como categorias básicas do discurso missionário acerca de seu modo de “pacificar”. A territorialização Rikbaktsa é analisada diacronicamente. Confinados numa Reserva, criada em 1968 pelo Governo Federal, foram trazidos dos diversos Postos e malocas e aglutinados em torno do Posto de Assistência Indígena Barranco Vermelho. No decorrer da pacificação, a população Rikbaktsa foi reduzida à metade, até 1965. A partir daí, a drástica diminuição populacional e territorial começa a se reverter. Tendo-se descrito esse processo, faz-se um balanço das relações de pacificação em território Rikbaktsa.