Acervo
Introdução. In De acervos coloniais aos museus indígenas. Formas de protagonismo e de construção da ilusão museal
Dados da Obra
Autor(es): Pacheco de Oliveira, João & Santos, Rita de Cássia Melo
Editora: Editora UFPB
Ano de produção: 2019
Idioma Original: Português
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Catalogação da Obra
Cutter: A 173
Titulo, Subtitulo e indicação de responsabilidade: Pacheco de Oliveira, João & Santos, Rita de Cássia Melo – “Introdução” In De acervos coloniais aos museus indígenas. Formas de protagonismo e de construção da ilusão museal. Pacheco de Oliveira, João & Santos, Rita de Cássia Melo (orgs). João Pessoa, Editora da UFPB, 2019. Pgs. 7-25. ISBN 978-85-237-1414-7. Editora universitária brasileira, 1ª. Edição, em português.
Notas: Pgs. 7-25.
ISBN: 978-85-237-1414-7
Assuntos e pontos de acesso secundario: 1. Povos indígenas. 2. Museu e povos indígenas. 3. Arte africana. I. Oliveira, João Pacheco de. II. Santos, Rita de Cássia Melo. III Título.
Classificação do Assunto: CDU 39
Resumo
A eclosão dos museus coloniais se deu em meio ao processo de formação nacional. Junto com os censos e os mapas, os museus consti-tuíram ao longo do século XIX os lugares privilegiados onde as nações em formação se tornavam materialmente acessíveis (ANDERSON, 2009). Num momento em que a formação nacional passava necessariamente pela constituição de um povo, aos museus, junto com os institutos his-toriográficos, coube a redução das múltiplas narrativas em uma única. Não havia naquele contexto espaço para divergências e contradições, para múltiplos pontos de vista, ou mesmo para diferentes projetos de Estado. A nação em construção exigia o apagamento e o esquecimento da diferença como condição para sua existência (RENAN, 2008). Para esse projeto nacional concorreram artistas, intelectuais e cientistas de diferentes campos do conhecimento que disputavam entre si as inter-pretações sobre os caminhos mais adequados e rápidos para a produção da homogeneidade da nação.
A “teoria das raças”, o “branqueamento das populações”, a “aculturação” foram aspectos que orientaram tanto as práticas dos Estados quanto as políticas de representação empreendidas pelos museus (SCHWARCZ, 1993). A morte da diferença não era apenas desejada, mas também foi amplamente celebrada por meio das artes plásticas e literárias, ao mesmo tempo em que confluíram políticas severas de retirada e diminuição das condições necessárias para a sua existência (OLIVEIRA, 2016). Nesse sentido, vimos os museus se tornarem o espaço privilegiado para a razão universal e a construção de subjetividades nacionais – o lugar para onde foram destinados os “troféus de guerra”, os espólios das populações dizimadas, onde os “outros” apareciam somente por meio do seu desaparecimento iminente e real.